quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Eu não ganhei o Jabuti, mas estou feliz por isso.

Eu não ganhei o Jabuti, mas estou feliz por isso. Não havia contado isso antes? Eu estava entre os finalistas do Prêmio Jabuti deste ano, na mesma lista que Ziraldo, Hiratsuka, Stella Maris, Ruffato (parabéns pela vitória!) e tantas outras feras que admiro! E por que estou feliz por não ter ganhado? Não quero, agora, dizer o bordão de que estar entre os finalistas já foi uma vitória. Não, a verdade é que eu perdi... e estou feliz por isso.



               Foi um mês de espera desde que a lista saiu e o resultado foi proclamado. Durante esse período, vi o meu nono livro nascer (Contos do Sol Renascente), dei palestras em várias escolas (e quanto carinho recebi no Colégio Ciclo, Magalhães Bastos, Moura Abud), workshops de criação poética (SENAC e SESI), aulas na minha oficina de criação literária (Casa da Cultura). Ganhei outros prêmios, tive vários textos publicados em antologias, assinei um contrato para publicação de um texto em livro didático, tive um livro selecionado para publicação e ganhei uma bolsa de criação literária. Ainda participei de vários encontros literários especiais, como no Rio com os amigos de CL, em Taubaté (Casa Cultura), e em Jundiaí, com os amigos da minha oficina de Criação Literária. Participei do FIB (Fórum de Integração Bunkyo) onde pude falar um pouco sobre a minha paixão literária, fazer o pré-lançamento do meu livro e interagir com pessoas incríveis. E recebi em casa vários livros de amigos escritores (Vivian de Moraes, Lilian Guinski, Odemir Tex, Sidclei Nagasawa), todos carinhosamente autografados! Foi um mês em que nem tive tempo de me dedicar ao mundo virtual, porque a realidade estava tomando todo o meu tempo. As palavras deste mês foram traçadas por sorrisos e abraços de verdade.
               Eu não ganhei o Jabuti, mas fui ao lançamento do primeiro livro (Junte os meus cacos) de uma garota de 16 anos (Glaubia Lisane) e me deparei com o meu nome abrindo a página de agradecimentos, só porque ela disse que minha palestra, na semana literária da escola dela (Magalhães), a inspirou a acreditar em seu sonho de se tornar uma escritora.
               Eu não ganhei o Jabuti, mas dei palestra para o filho do meu amigo Ricardo Serapião, que vibrou quando descobriu que a escola do filho havia adotado o meu livro (O pequeno samurai).
               Eu não ganhei o Jabuti, mas vi o filho Miguel dos amigos Raquel e Odisael (que família de rimas) abraçar o primeiro livro da vida dele (e o livro era meu! o título? – Jabuti sabe voar? – muito próprio, não acham?).
               Eu não ganhei o Jabuti, mas vi minha querida aluna Carla Mirela, da oficina de criação literária, vencer o seu primeiro concurso literário, com um texto belíssimo, que tive o prazer de ler antes da premiação, orgulhoso por ter lido um grande texto.
               Eu não ganhei o Jabuti, mas por que estou feliz por isso? Eu não sei! Pode soar como uma grande mentira (e talvez seja), mas a verdade é que eu chorei quando soube que estava entre os finalistas e sorri quando soube que não havia ganhado no fim. E eu não sei se estou louco, mas não consigo ficar triste por não ter ganhado o Jabuti, esse pequeno quelônio tão almejado por nós, escritores.
               Mas acho que estou feliz mesmo porque se eu tivesse ganhado o Jabuti talvez, erroneamente, eu acreditasse que a minha felicidade vinha deste fato: de ter ganhado o maior prêmio literário do Brasil. Isso seria triste, porque eu acreditaria em uma mentira. Minha felicidade é outra. Estou feliz porque neste mês eu vi crianças apaixonadas por poesia, vi meus amigos lançando livros, vivi encontros literários, vi os filhos dos meus amigos com os meus livros, uma garota lançando o primeiro livro, minha aluna ganhando o primeiro prêmio, vi tanta gente querida torcendo por mim! E, sobretudo, até vi o meu pai escrevendo um poema!        
               Ah! Se eu tivesse ganhado o Jabuti, talvez eu não percebesse que a minha felicidade não vem de prêmio algum, mas é o próprio prêmio que eu recebo a cada dia em que eu descubro que valeu a pena ter me tornado um escritor!
               Jabuti, eu ainda te quero, mas não tenho pressa, assim como você. Hoje, só quero ser feliz, não por ter ganhado um prêmio, mas por ter perdido... o medo de perder. Como é bom saber que, quando se é o que se quer ser, até quando se perde é possível ser feliz! 



Muito obrigado!!!

10 comentários:

Emerson Braga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Emerson Braga disse...

Caro André, quantas vitórias, meu bom! Fiquei emocionado ao ler sobre suas recentes experiências com o meio literário, com seu mergulho nesse calor humano que faz tudo valer a pena. Orgulhoso demais de você, rapaz. Parabéns pela determinação, coragem e inegável espírito aventureiro!

Sibele disse...

Fez até um vídeo!!!
Parabéns André, pela linda trajetória que já percorreu, porém, há muito caminho ainda e estaremos acompanhando e torcendo sempre por seu sucesso! Abraços!

Unknown disse...

Parabéns Andre por tudo isso e que venham muito mais realizações e prêmios.

Unknown disse...

Parabéns Andre por tudo isso e que venham muito mais realizações e prêmios.

Oscar Nakasato disse...

André, você já é um vencendor!!!

Anônimo disse...

Parabéns André! Sou da direção do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, de Jundiaí, e gostaríamos de recebê-lo lá uma dia desses para um bate-papo com nossos associados. Vc acha que é possível? Se puder,vamos conversar? Meu e-mail: renatacortemartinho@gmail.com. Obrigada!

André disse...

Caro Emerson, obrigado! Aguardo o lançamento do seu livro! Parabéns e sucesso!
Sibele, fiquei feliz com o convite. Muito obrigado!
Eritania, muito obrigado!
Oscar, obrigado pelo apoio! Fiquei muito feliz ao ver você vencendo o Jabuti, com o maravilhoso "Nihonjin". Realmente, inspirador!
Renata, muito obrigado pelo convite! Claro que é possível. Será um prazer!
Muito obrigado a todos!

Jonatas dos Santos disse...

Gláubia Lisane.. Conheço essa moça incrível!
Tive a oportunidade de ler alguns rascunhos do livro... Achei realmente incrivel!

Fiquei super feliz de ela ter conseguido produzir e lançar o livro dela :D

A Cigana Contadora de Estórias disse...

Menino, que texto lindo... Com efeito, as nossas pequenas conquistas - tão significativas, cada uma delas, porque contribuem para o todo - são o que nos dão a certeza de estarmos no caminho certo, malgrado qualquer reconhecimento formal que ainda não tenha acontecido. No seu caso, meu querido, pode aguardar que é certo chegar, pois seu talento é imenso e merecedor. Um abraço grande de uma contadora de estórias e admiradora sua que teve a grande felicidade de narrar uma de suas estórias.