segunda-feira, 8 de julho de 2013

Cidade Canção






Engraçado dizer isso, mas eu não queria ser rico e poderoso. Afinal, orgulho-me dos meus passos simples por esta terra. Gosto de ser pobre. Não gostaria jamais de perder essa simplicidade, de me alegrar com as pequenas coisas. Mas depois que visitei Maringá, ao lado de tantos talentosos escritores, poetas e trovadores, por ocasião do VI Encontro Literário “Cidade de Maringá”, mudei de ideia. Ficamos impressionados com a beleza desta cidade. Por que ela era tão bela assim? E por que ela é conhecida como Cidade Canção?
            Já na chegada, fomos recebidos por Jeanette e pelo empresário Alberto Paco, que nos conduziu em um luxuoso carro ao imponente Hotel Bristol Metrópole, onde fomos recebidos pela amável Eliana de Palma (até há pouco, eu não sabia que ela era a dona do hotel). Tomei café da manhã com o presidente da Academia de Letras de Maringá, Ademar Schiavone, e com o acadêmico “Nhô Juca”, que antes de se sentar na cadeira à minha frente já havia se sentado na cadeira de Prefeito de Maringá.
            No sábado, após emocionante show de Marcos Assumpção e do lançamento do meu livro, visitamos o belo campus da CESUMAR e fomos atenciosamente recebidos pelo próprio reitor e ex-senador, prof. Wilson de Matos, que nos ofereceu uma aula de cidadania e um delicioso almoço. No domingo, visitamos a Cocamar sendo recebidos por uma de suas diretoras, a  hospitaleira Olga Agulhon. Após a emocionante missa em trovas, de autoria de A. A. de Assis (Patrimônio da Humanidade), foi servido um delicioso almoço. E quem pediu permissão para se sentar à mesa? Luiz Lourenço, o próprio presidente da cooperativa, que faturou 2 bilhões de reais no ano passado.
            Para todos os eventos, fomos conduzidos pelo Transporte Coletivo Cidade Canção, e quem estava ao meu lado no ônibus? O próprio secretário de transportes, Ademar Schiavone, que brincou durante um dos percursos, diante de um congestionamento:
            _ Acho que estão me xingando neste momento.
            O que foi confirmado ao descermos em nosso destino.
            _ A culpa é sua! – disse Olga, em tom de brincadeira.
            A festa em que chegávamos como convidados era a festa de 50 anos da Cocamar, em que estavam presentes vários deputados federais, senadores e até o ministro Aldo Rebelo. Uma festa com um show do grande Renato Teixeira!
            O que dizer de uma recepção assim?
            Apesar de muitas pessoas aqui mencionadas possuírem cargos notórios ou posses consideráveis, todas demonstraram uma humildade, uma gentileza e uma hospitalidade que até fizeram com que eu sentisse vontade de ser rico e poderoso... Só para poder ser como elas! Afinal, se seu estava ali sem gastar um tostão era porque cada uma dessas pessoas havia patrocinado a minha recepção na bela Maringá!
             Sim, aprendi que é possível ser rico e ainda assim não perder a simplicidade e a generosidade (e neste quesito, sempre me lembro de Fernando, tataraneto do Visconde de Mauá, que por quase dois anos me cedeu um tranquilo recanto para escrever).
            Esta não foi a primeira vez que tive o prazer de visitar Maringá. Há dois anos, recebi o troféu “Laurentino Gomes”, do próprio. Sou fã de sua escrita. Ansioso, ensaiava mentalmente como eu iria conversar com ele, sem prestar muita atenção ao casal que descia comigo no elevador. Caminhamos até a Câmara Municipal, onde Laurentino daria uma palestra.
            Ao chegarmos, descubro que o homem que desceu comigo no elevador e caminhou ao meu lado era... o próprio Laurentino! O que mais me impressionou foi a sua simplicidade. Nem parecia o vencedor do Jabuti, um escritor de sucesso! Em outra ocasião, conheci Oscar Nakasato. Ambos escritores vencedores do Jabuti. Ambos humildes. Ambos maringaenses.
            Ao final das festividades, a própria Olga Agulhon nos levou à rodoviária. Na plataforma, ainda recebi um abraço de A. A. de Assis e de sua esposa Lucilla Maria Simas de Assis, que nomeia o troféu que fui receber em Maringá. E quem os conhece sabe que este casal é a imagem da gentileza e da simplicidade.
            Ao nos despedirmos de Maringá, creio que descobrimos porque ela é tão linda. Não é pela pujança econômica, como muitos poderiam especular. Afinal, uma cidade só se torna tão bela assim quando nela vivem pessoas que mantêm em seus corações as notas da humildade e da generosidade. Realmente, uma belíssima cidade canção!





Agradeço a todos os acadêmicos (as) da Academia de Letras de Maringá, a todos os patrocinadores do VI Encontro Literário "Cidade de Maringá" e a todos os escritores, poetas e trovadores participantes, que proporcionaram um belo capítulo em minha trajetória literária (e em minha vida). Só de ver o sorriso de minha mãe (que me acompanhou neste encontro) e da minha esposa (que me acompanhou no encontro anterior) multiplica em mil o meu sorriso (já largo). Muito obrigado!