sábado, 8 de dezembro de 2012

Chave de Ouro

A Academia Jacarehyense (assim mesmo, com a velha grafia) de Letras promove o Festival Chave de Ouro, em que seleciona os melhores sonetos de cada ano. Neste, tive a grata surpresa de ver meu soneto ser premiado como o melhor de 2012. Honraria que me permitiu receber a "Chave de Ouro"!

Soneto me lembra coisa velha...

Coisa velha, como a estação de trem abandonada no centro de Jacareí, apontada por um senhor que me acompanhou até o local da premiação.



Seu Aparecido poderia ter apenas apontado a direção, quando lhe questionei sobre um endereço anotado em um pedaço de papel. Poderia ter apenas me explicado o caminho com "siga em frente", "vire a direita" e na quinta instrução eu já teria me perdido. Como seguir caminhos indicados, escrever sonetos parece difícil, já que devemos seguir instruções precisas...

Ao invés de apenas apresentar as tais instruções para o meu caminho, seu Aparecido resolveu "sonetá-lo" comigo. Ora, para escrever um soneto há que se seguir a fórmula dos dois quartetos e dois tercetos, assim como dois quarteirões seguidos de praça com coreto. Veja que seu Aparecido me acompanhou até o local desejado, versejando sobre os caminhos de Jacareí, trocando um dedo de poesia sobre tempos já idos. Bons tempos. Eis a alma do soneto, muito mais do que mera métrica...

Soneto me lembra coisa velha: a boa e velha cortesia dos que ainda sabem sonetar caminhos. Foi assim que naquela cidade senti-me mais do que bem vindo, um velho conhecido de novas calçadas.

Recebi ou não, em Jacareí, a chave de ouro?






Meus agradecimentos ao seu Aparecido, ao presidente  Benedicto Sérgio Lencioni e a todos da Academia Jacarehyense de Letras!