Engraçado dizer isso, mas eu não queria ser
rico e poderoso. Afinal, orgulho-me dos meus passos simples por esta terra. Gosto
de ser pobre. Não gostaria jamais de perder essa simplicidade, de me alegrar
com as pequenas coisas. Mas depois que visitei Maringá, ao lado de tantos talentosos escritores, poetas e trovadores, por ocasião do VI Encontro Literário “Cidade de
Maringá”, mudei de ideia. Ficamos impressionados com a beleza desta cidade. Por
que ela era tão bela assim? E por que ela é conhecida como Cidade Canção?
Já na
chegada, fomos recebidos por Jeanette e pelo empresário Alberto Paco, que nos
conduziu em um luxuoso carro ao imponente Hotel Bristol Metrópole, onde fomos
recebidos pela amável Eliana de Palma (até há pouco, eu não sabia que ela era a
dona do hotel). Tomei café da manhã com o presidente da Academia de Letras de
Maringá, Ademar Schiavone, e com o acadêmico “Nhô Juca”, que antes de se sentar
na cadeira à minha frente já havia se sentado na cadeira de Prefeito de
Maringá.
No sábado, após emocionante show de Marcos Assumpção e do lançamento do meu livro, visitamos o belo campus da CESUMAR e fomos atenciosamente recebidos pelo
próprio reitor e ex-senador, prof. Wilson de Matos, que nos ofereceu uma aula
de cidadania e um delicioso almoço. No domingo, visitamos a Cocamar sendo
recebidos por uma de suas diretoras, a hospitaleira Olga Agulhon. Após a emocionante
missa em trovas, de autoria de A. A. de Assis (Patrimônio da Humanidade), foi
servido um delicioso almoço. E quem pediu permissão para se sentar à mesa? Luiz
Lourenço, o próprio presidente da cooperativa, que faturou 2 bilhões de reais
no ano passado.
Para todos
os eventos, fomos conduzidos pelo Transporte Coletivo Cidade Canção, e quem
estava ao meu lado no ônibus? O próprio secretário de transportes, Ademar
Schiavone, que brincou durante um dos percursos, diante de um congestionamento:
_ Acho que
estão me xingando neste momento.
O que foi
confirmado ao descermos em nosso destino.
_ A culpa é
sua! – disse Olga, em tom de brincadeira.
A festa em
que chegávamos como convidados era a festa de 50 anos da Cocamar, em que
estavam presentes vários deputados federais, senadores e até o ministro Aldo Rebelo.
Uma festa com um show do grande Renato Teixeira!
O que dizer
de uma recepção assim?
Apesar de
muitas pessoas aqui mencionadas possuírem cargos notórios ou posses
consideráveis, todas demonstraram uma humildade, uma gentileza e uma
hospitalidade que até fizeram com que eu sentisse vontade de ser rico e poderoso...
Só para poder ser como elas! Afinal, se seu estava ali sem gastar um tostão era
porque cada uma dessas pessoas havia patrocinado a minha recepção na bela
Maringá!
Sim, aprendi que é possível ser rico e ainda assim não perder a
simplicidade e a generosidade (e neste quesito, sempre me lembro de Fernando,
tataraneto do Visconde de Mauá, que por quase dois anos me cedeu um tranquilo
recanto para escrever).
Esta não
foi a primeira vez que tive o prazer de visitar Maringá. Há dois anos, recebi o troféu “Laurentino Gomes”, do próprio. Sou fã de sua escrita. Ansioso,
ensaiava mentalmente como eu iria conversar com ele, sem prestar muita atenção
ao casal que descia comigo no elevador. Caminhamos até a Câmara Municipal, onde
Laurentino daria uma palestra.
Ao
chegarmos, descubro que o homem que desceu comigo no elevador e caminhou ao meu
lado era... o próprio Laurentino! O que mais me impressionou foi a sua simplicidade.
Nem parecia o vencedor do Jabuti, um escritor de sucesso! Em outra ocasião,
conheci Oscar Nakasato. Ambos escritores vencedores do Jabuti. Ambos humildes.
Ambos maringaenses.
Ao final das festividades, a própria
Olga Agulhon nos levou à rodoviária. Na plataforma, ainda recebi um abraço de
A. A. de Assis e de sua esposa Lucilla Maria Simas de Assis, que nomeia o troféu
que fui receber em Maringá. E quem os conhece sabe que este casal é a imagem da
gentileza e da simplicidade.
Ao nos
despedirmos de Maringá, creio que descobrimos porque ela é tão linda.
Não é pela pujança econômica, como muitos poderiam especular. Afinal, uma cidade só se
torna tão bela assim quando nela vivem pessoas que mantêm em seus corações as
notas da humildade e da generosidade. Realmente, uma belíssima cidade canção!
Agradeço a todos os acadêmicos (as) da Academia de Letras de Maringá, a todos os patrocinadores do VI Encontro Literário "Cidade de Maringá" e a todos os escritores, poetas e trovadores participantes, que proporcionaram um belo capítulo em minha trajetória literária (e em minha vida). Só de ver o sorriso de minha mãe (que me acompanhou neste encontro) e da minha esposa (que me acompanhou no encontro anterior) multiplica em mil o meu sorriso (já largo). Muito obrigado!
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