Como escritor convidado da FLIC, tive o prazer de reencontrar os alunos do 8º ano do Avelar. Há uma semana, havia entregado 120 livros do Além do Horizonte nessa escola com uma dúvida na cabeça: "Será que eles vão ler um livro de 216 páginas?"
E não é que leram! Alguns poucos disseram que não, mas vi que a maioria leu ou estava lendo o livro. O que mais um escritor pode sonhar além disso?
Foi muito bacana o bate papo!
A próxima turma chegou. Uma turma do 6º ano. Falei sobre o meu livro "Amor sem Fronteiras". Nenhum daqueles alunos havia recebido qualquer obra minha. O que me deixou um pouco triste. Mas a tristeza logo passou. Eu estava contando histórias do meu livro. E contar uma história é quase como ser lido. Como não tinham livros para pedir autógrafo, vieram com folhas em branco.
Por fim, atendi a um grupo do 6º ano de uma escola da cidade vizinha de São Sebastião. Perguntei a eles sobre o que eles gostariam que eu falasse: sobre o meu livro de relatos de viagem, de crônicas ou o de poesias. Confesso que não poderia imaginar que eles escolheriam o meu livro de poesias. Crianças gostam de poesia?
Gostam de boa poesia.
Aí estava o problema. Será que a minha poesia era boa o suficiente? Não quis arriscar e pedi uma ajuda ao poeta Rainer Maria Rilke. Ganhei da FNLIJ (como parte da premiação do Leia Comigo!) o livro "O Carrossel", publicado pela Berlendis & Vertecchia Editores. Li o poema. Crianças gostam de Rilke?
Como disse, gostam de boa poesia.
Gostaram sim.
Após a leitura do poema, convidei: Vamos escrever uma poesia juntos?
Crianças escrevem poesia?
Sim.
As crianças do 6º ano toparam. Cada aluno colaborava com um verso. Como Rilke falou sobre o Carrossel, o que poderíamos fazer para superá-lo? Oras, simples. Escrevemos o poema:
A RODA GIGANTE
A roda gigante sempre bonita e elegante
A roda que se agiganta no horizonte
Da vida
Sem vida
Com muita alegria
Com muitas luzes coloridas
E lá vai a roda
Gira
Com luzes deslumbrantes
Ela vai e fica
Porque ela é...
Infelizmente, a atividade teve que ser encerrada neste ponto do poema, porque os alunos tiveram que partir no ônibus de volta à cidade vizinha. Ficou um gostinho de quero mais. Quem ajuda a terminar esse poema? É só deixar o seu verso em forma de comentário. Próximo comentário, próximo verso. E assim por diante... Ou vocês acham que o poema ficou bom assim? Com ar de mistério no final?
A todos os alunos, um grande abraço e muito obrigado por surpreender a este escritor em formação.
PS: Peço desculpas às mães, porque muitos de seus filhos pediram autógrafos em seus uniformes escolares... Nunca dei tanto autógrafo na minha vida... Senti-me como o próprio Jack Chan...
4 comentários:
Porque ela é redonda
Sobe e desce como uma onda
Encanta e espanta
Às vezes deixa tonta
... aquele bom gosto adocicado da infância!
Deixa o poema assim, como está... incompleto, perfeito...
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